Cada novo escritor começa com o desejo de contar uma grande história. Muitos de nós ficamos assustados com a complexidade que é necessária para criar um livro de 200-300 páginas cheias de palavras que levam a história a algum lado. É por isso que tantos escritores tentaram inventar fórmulas para explicar como as histórias são criadas. Nenhuma se tornou tão popular como a estrutura em 3 Atos. Esta fórmula baseia-se na premissa de que cada história tem três partes: o início, o meio e o fim. Cada um destes três actos é ainda subdividido em subcategorias que ajudam o escritor a desenvolver a viagem da sua personagem, o seu arco e a enredo da história.
Primeiro Acto – A Apresentação
A tua protagonista é alguém que até ao momento viveu uma vida normal. Mesmo que essa vida tenha sido má, era normal para ela. É aqui que irás definir o cenário para os teus leitores e explicar-lhes quem é a tua personagem e como é um dia na vida desta pessoa, o mundo em que vive, as suas relações, e os seus objectivos. Então, do nada a vida da personagem é perturbada (o evento instigador) e as coisas mudam. Agora chega o momento em que a tua personagem será obrigada a fazer uma escolha: ou ignora o que aconteceu e regressa à sua vida normal. Ou aceitar o apelo à aventura e entra na história. Uma vez feita a escolha, não há volta a dar.
Segundo Acto – A Confrontação
A tua personagem fez a escolha certa ao responder ao apelo à aventura. No entanto, nada vai ser fácil, caso contrário, estaria terminado antes mesmo de ter começado. A vida/o antagonista continuará a lançar obstáculos no caminho do personagem. A sua determinação será posta à prova uma e outra vez. Será que vão ficar aquém das expectativas? Serão bem-sucedidos? (Dica: não é divertido ver os personagens ganharem o tempo todo. Faz com que o leitor tema pela vida do personagem ao fazê-lo perder de vez em quando). A irá se história se desenvolver de tal forma que acabará por atingir um ponto médio na tua história. Uma reviravolta onde as coisas não estão a correr como planeado. A personagem é forçada a mudar de táctica ou a mudar o objectivo. O problema é que mesmo que ainda agora tenhas mudado o jogo, continuam a surgir obstáculos por todo o lado, levando eventualmente ao clímax da história: a confrontação final. Esta será uma batalha onde o personagem tem tudo a perder. Pode ser uma batalha literal, obter o interesse amoroso, uma operação final contra a doença, ou qualquer outra coisa.
Terceiro Acto – A Resolução
É aqui que as coisas podem começar a divergir. Poderás ganhar a batalha final com um último empurrão e encerrar o confronto. Alternativamente, faz com que aconteça um desastre e destrua as esperanças e sonhos do personagem. Este perde o moral e precisam de tempo para lamber as suas feridas e determinar se devem ou não desistir. De repente, recupera a compostura e encontra a força para voltar a confrontar o antagonista. O clímax do terceiro acto deve ser o ponto de tensão mais alto da história, quer se opte por ter um ou dois grandes confrontos.
Esta fórmula oferece imensas possibilidades e não precisa de ser seguida a fundo. Podes brincar com ela e ver o que melhor se adequa à tuas história. Mas uma das razões pelas quais é tão popular é porque funciona para a maioria dos escritores. Especialmente aqueles que não fazem ideia de como construir uma história. Também te ajuda a descobrir para onde vais com a tua história.
Conheces alguma história que siga claramente esta estrutura?