A Proposta (do teu manuscrito)

Okay, vamos imaginar que acabaste de escrever o teu livro. Já fizeste umas duas, três, dez?! revisões. E agora? Certamente não pensaste que era só acabar a história e Voilá! Vou ser um autor publicado. Na na ni na não.

É preciso escrever uma bela cartinha às editoras e tentar que a tua história desperte o interesse delas. Quem já pesquisou em sites ingleses deve conhecer os chamados “book proposal” ou “query letters”.

Mas como funciona em Portugal?

Enviar manuscrito para editora

Em primeiro lugar, deixa-me salientar que é muito difícil ser-se publicado em Portugal por uma editora tradicional, se o teu nome ainda não for conhecido. Se soubessem a quantidade de histórias que já ouvi de outros escritores… (argh). É por isso que muitos recorrem a vanity presses ou edições de autores.

Portanto não coloques todas as tuas esperanças numa só!

 

LISTA DE EDITORAS

Em Portugal temos muitas editoras por onde escolher. Algumas tradicionais (que acartam com os custos da publicação) e outras vanity press (onde o escritor terá de pagar para ter o seu livro publicado). No entanto, seria um erro enviar para todas na esperança que alguma delas diga que sim. Seria uma perda de tempo para os dois lados.

O primeiro passo é procurar uma editora que se adeque ao género do teu livro. Começa por ver o nome das editoras dos teus livros preferidos, dos livros que te inspiraram a escrever o teu livro.

Faz uma lista.

Procura na internet mais algumas e vê quais os géneros que publicam. O público deles é o público que gostarias de atingir? Coloca na tua lista e recolhe os e-mails.

 

O E-MAIL

Hoje em dia o manuscrito (ou original) é enviado através de um e-mail

Algumas editoras têm uma política de avaliação. Nas que têm certifica-te que leste e cumpres com as instruções para mostrar que fizeste o trabalho de casa. Se não fizeres é provável que te rejeitem.

Quase todas pedem:

Uma sinopse do livro (não deves ter medo de incluir a história do princípio ao fim. O objetivo é convencê-los que o livro é comercializável, não os surpreender com a leitura).

Um currículo de autor (experiência como escritor, explica porque és a pessoa indicada para escrever o livro que escreveste).

Estes dois elementos devem estar no corpo do teu e-mail. Os editores não têm muito tempo e provalmente não vão abrir se estiver tudo em anexos.

 

O MANUSCRITO

Dependendo da indicação das editoras, o e-mail deve fazer-se acompanhar do manuscrito.

Algumas editoras pedem 50 páginas do livro (Saída de Emergência), 1000 palavras (20 I 20 Editora). Outras pedem simplesmente um excerto que pode ir entre os 3 capítulos ou 5 capítulos à vontade do escritor. Outras pedem o original inteiro.

Já preparaste tudo? Agora clica “enviar”.

 

A ESPERA

Lembra-te que a J.K. Rowling foi rejeitada 12 vezes. Stephen King foi rejeitado 30 vezes. O clássico Lord of the Flies foi rejeitado 21 vezes e o Diário de Anne Frank rejeitado 15 vezes.

É pouco provável que recebas feedback quanto à razão, mas vai tentando melhorar o teu manuscrito e ver se há alguma coisa que talvez esteja a falhar.

Trabalha na tua plataforma de autor enquanto esperas. Mantêm-te distraído(a).

Não envies um e-mail de seguimento logo uma semana depois, mas não há mal se enviares passado 3 meses a perguntar se já leram.

Acima de tudo lembra-te que a probabilidade de um editor aceitar o teu manuscrito é de 1 em 1000. Lá porque não aceitaram desta vez, não significa que não aceitarão mais tarde numa versão mais melhorada ou quando tiverem mais tempo para rever com atenção a tua história.

 

«Crónicas de Shaolin» não precisou de um e-mail destes porque foi a própria editora que me convidou a escrever. Mas se gostarias de ver o e-mail que enviei na proposta de «Sombras» – foi enviado há 6 anos atrás e hoje em dia teria feito melhor se soubesse o que sei hoje – envia-me um e-mail. Este e-mail despertou a curiosidade da Porto Editora, que acabou por publicar o meu livro com a Coolbooks, e da LeYa, que me pediu o manuscrito completo, mas não aceitou o livro.

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