Nota: Este foi um dos primeiros conselhos acerca de escrita que publiquei no blogspot, quando o meu primeiro livro ainda não tinha sido publicado.
O que eu faço para me obrigar a escrever todos os dias é: ponho o despertador com o objetivo de me levantar, faço a minha rotina matinal como se fosse sair de casa e depois sento-me na secretária à frente do computador.
(Estou de férias da universidade por isso também me posso dar a esse luxo.)
Alguns dias isto realmente funciona e as palavras saem como sopa de letras. Existe até mesmo dias que fico com dores nos dedos de tanto teclar e mexer naquele rato irritante do portátil.
Mas também existe os outros dias.
Tive mesmo um dia em que não parava de olhar para o documento do word em branco e veio-me à cabeça que todos os escritores passam provavelmente pelo mesmo, apesar de para eles ser considerado trabalho. Porque são profissionais!
E este pensamento passou-me pela cabeça: Escrever é o único trabalho em que podes ficar sentado o dia todo a olhar para uma página em branco no computador, e ainda assim chamar-lhe trabalho.
Soa melhor em inglês: Writing is the only job where you can sit all day, staring at a blank page in your computer, and still call it work. (Soa, não soa?)
O problema é que se tentarmos forçar a criatividade a sair isto pode acabar por ser contraprodutivo.
Praticamente todos os escritores estão de acordo que devemos ao menos tentar escrever todos os dias — tenho andado a procurar e a procurar onde foi que li um artigo relacionado com isto, mas não encontro.
Um desses artigos até dizia para pôr o despertador para daqui a uma hora e depois começares a escrever. Se ao fim do despertador tocar, ainda não te apetecer escrever, então podes parar porque não estás mesmo para ai virado/a nesse dia. Volta amanhã!
Outra hipótese até pode ser pôr a máquina de lavar a funcionar, se depois de ela acabar te apetecer mesmo ir tratar da roupa be my guest.
Mas hey, se tiverem ideias melhor sobre como enfrentar a preguiça, believe me, sou toda ouvidos.
Patricia Morais é autora de «Sombras» publicado pela Coolbooks. E porque acredita que ainda não passa demasiado tempo à frente de um computador a escrever, ainda regista no seu blog as suas experiências de escrita e traduz os conselhos de outros autores de língua inglesa.