Dica nº 1 para começares a escrever

Nota: Este foi um dos primeiros conselhos acerca de escrita que publiquei no blogspot, quando o meu primeiro livro ainda não tinha sido publicado.

Dica nº1: O hábito da escrita

O meu irmão está numa de começar a fazer desporto a sério, mas mesmo a sério. Então tirou da internet alguns vídeos de motivação atlética. Ele mostrou-me alguns, mas não me lembro de todos.

E, uma das frases que me ficou mesmo na cabeça foi esta: “You say you’re not good at math? That’s because you’ve never studied! You say you can’t write? That’s because you’ve never written before!”

A tradução da matemática não é necessário, mas a da escrita diz: “Dizes que não sabes escrever? Isso é porque nunca escrevestes antes”. E, isso é tão verdade! O que me fez lembrar de algo que li no blog de Veronica Roth, que não pertence mesmo ao blog dela, mas sim a Macklemore:

“The greats weren’t great because at birth they could paint

The greats were great ‘cause they painted a lot”

A tradução é: “Os bons não eram bons porque à nascença sabiam pintar/ Os bons eram bons porque pintavam muito”.

E acontece o mesmo com a escrita. Nunca saberás se és bom a escrever se nunca tentares.
 
Eu comecei assim: aos nove anos, eu queria que a minha professora da primária nos mandasse escrever uma composição acerca de ilhas para poder escrever aquela história que eu tinha na minha cabeça.
 
Ela já tinha dado essa tarefa uma vez, mas eu eu escolhi escrever sobre dois irmãos e um barco de piratas. Mas agora, eu tinha uma nova ideia que envolvia sete princesas perdidas numa ilha que tinham sido criadas por sereias e golfinhos.
 
O quarto ano acabou e ela nunca mandou escrever novamente uma composição com ilhas, por isso peguei num lápis e num papel e escrevi a minha primeira história.
 
Para o projecto que estou a escrever agora, a ideia apareceu-me na cabeça… mas também muitas ideias aparecem e não significam que eu deva perder tempo com elas, mas aquela chamou-me à atenção…
 
Peguei num livro de apontamentos e comecei a escrevinhar as ideias. Onde seria a acção? Quem e como eram as personagens? Qual seria o tipo de ambiente emocional que a personagem principal tinha? Quantas mini-acções é que eu queria que existisse até atingir o climax da história? E assim por adiante.
 
Depois escrevi o primeiro capítulo, porque para mim foi o que desenrolou a história toda. E parei. Parei de escrever, mas não de pensar nisso.
 
Passei séculos a fazer pesquisa, até ter uma pequena ideia sobre o material que queria utilizar na minha história, aquele mundo sobrenatural todo (Thank God for the Internet! Porque sem ela nunca teria feito nada. Como é que as pessoas escreviam antigamente?).
 
E, quando já tinha essa parte feita, continuei.
 
 

Cria o hábito de escrever

Eu nem sei a quantidade de pessoas que, depois de lhes dizer que estou a escrever um livro, me dizem: a sério? Eu também gostava de escrever um livro. Talvez um dia.
 
Não! Se dizes talvez um dia, há uma grande probabilidade de nunca o fazeres. Tens de começar agora.
 
Antes de começar este livro que estou a escrever agora, escrevi pelo menos 4 contos (que me lembre), um livro (que nunca tentei publicar nem irei), e comecei dois manuscritos (que nunca terminei). E tenho apenas 21 anos. Não há idade perfeita para começar, mas altura ideal nunca será o amanhã.
 
Precisas de acumular experiência para quando a ideia fantástica surgir. Portanto começa a escrever, ideias, cenas soltas, o princípio ou o fim da história, mas o importante é começar e começar a criar o hábito.
 
Vais começar hoje?

Patricia Morais é autora de «Sombras» publicado pela Coolbooks. E porque acredita que ainda não passa demasiado tempo à frente de um computador a escrever, ainda regista no seu blog as suas experiências de escrita e traduz os conselhos de outros autores de língua inglesa.

Patricia Morais com E-book de Sombras

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